É possível uma pessoa
depressiva ter uma vida iluminada?
Quando escolhi o nome deste blog
eu o fiz por conta do filme – sim, o filme, eu não li o livro – com o Elijah
Wood, de 2005. Um filme muito bonito e singelo, com umas pitadas de humor e
excelente trilha sonora. Por causa dele um dos meus melhores amigos foi
apelidado de Jonfen.
De qualquer forma, dias
ensolarados não são os meus prediletos. Confesso que gosto de dias nublados e chuvosos.
Frios e ensolarados são os piores para mim. Os que me deixam mais melancólica. Não
sei o motivo, mas sei que sempre foi assim. Desde pequena. Ah, e odeio pôr do
sol.
Atualmente trabalho à noite na
biblioteca da faculdade para ganhar bolsa e o horário que entro é bem a hora do
pôr do sol. As pessoas sempre comentam. Eu apenas concordo que sim, é bonito,
mesmo. Eu sei que é bonito, mas não gosto. É um horário ruim para mim.
Enfim, além da depressão eu tenho
um transtorno alimentar. E os médicos parecem ter mais pressa que eu em
resolver isso. Acredito pelo fato de eu ter o transtorno errado. É, se você
estiver à toa, um dia e resolver ter um transtorno alimentar (porque
aparentemente é assim que acontece, tá), nunca escolha a compulsão. Compulsão é
o pior de todos. Poxa, mas por quê?
Porque você tem mais chances de
engordar. E engordar é a pior coisa do mundo atualmente, você sabe. Você vai ao
psiquiatra e ele te oferece um medicamento blá que vai promover emagrecimento
pois, nas palavras dele, “é melhor chorar num rolls royce (ou qualquer outro carro bacana foda-se) do que num ônibus”. Aí
você, já exausta dessa conversa, pergunta: “quer dizer então que meu corpo é um
ônibus?”.
Resumindo, você tava melhorando,
você piora – não imagino o porquê. Aí você vai pra outro psiquiatra. Aí ele
fica perguntando do seu IMC. Se você é pré-diabética. Se você já pensou em
fazer bariátrica. E você tá mal. Você aguenta as perguntas. Pagou muito caro para
estar ali. Você já frequenta psiquiatras há 16 fucking anos. Você já está
pensando que, se morresse, não precisaria mais tomar remédio, se tratar,
emagrecer, nada. Você estaria livre dessa peregrinação ingrata que já dura o
tempo de uma vida.
Mas como sempre diz minha mãe, citando
Jurassic Park: “A vida encontra um caminho”. E essa semana eu vou procurar um
novo médico. Médica, na verdade. E pau no cu dos outros psiquiatras.