quinta-feira, 18 de outubro de 2007

there and back again

Escrevo porque a ocasião pede, não porque tenho vontade. As coisas acontecem porque têm que acontecer. Lembro que, quando voltei, todos perguntavam “E aí, como foi?” Nessa hora, a primeira coisa que vinha à minha cabeça era nada. Quase cinco meses longe, tanta coisa aconteceu e, quando perguntavam, eu só dizia: “Foi muito bom” ou “Valeu a pena” Porque isso que importa, se valeu a pena. Minha amiga até brincava: “Defina sua experiência em 4 palavras” “Foi muito bom, gostei bastante” Hm, já foram 5. Que tal “Gostei bastante, espero voltar”? Enfim, foi algo pelo qual eu pedi e foi, com certeza, a experiência mais marcante da minha vida (até agora, já diria o Homer).

Um dia eu estava sentada na frente do computador e meu pai sentou do meu lado e disse “precisamos conversar” “Já vem...” pensei. Foi então quando ele disse “se você quer ir, vai agora. Tranca a faculdade e vai” Minha mãe só reforçou a idéia. Na verdade, ela que conversou com meu pai sobre isso. Foi uma emoção muito forte. Ir atrás de passaporte, vacinas... 1 mês se passou da conversa e eu estava indo. Uma lembrança que sempre me vem à mente, mas que não gosto de lembrar: a minha despedida. Chorei como uma criança. Incrível que eu estou de volta há sete meses mas, mesmo assim, toda a vez que lembro, me entristeço. Acho que sei o motivo... minha mudança de turma por causa do trancamento de matrícula (curso anual, trancou, perdeu o ano). Desde que eu entrei pro curso, não poderia ter imaginado uma turma melhor do que a minha. Não me arrependo de ter trancado, nem nada. Mas isso não vai me fazer ficar feliz por não estudar na mesma sala que eles. Assisti a algumas aulas com eles este ano. Não me vejo mais como fazendo parte da sala. Minha mãe sempre diz “ninguém é insubstituível” Nem venham falar que não é verdade porque, se assim fosse, ninguém trocava de namorado. Não me refiro à pessoa em si, mas sim ao espaço que ela ocupa, a posição, sua “função”.

Na turma da noite tenho apenas um amigo com quem converso mais. As aulas são cheias de carteiras vagas. Tem um pessoal bacana, mas não como a minha antiga turma. Na atual é cada um na sua e não me encaixo muito bem no esquema. Mas levo como posso.

A volta não foi nada fácil. Tive que afundar mais um pouco para, lá no fundo, pegar impulso para subir. As circunstâncias não facilitam mas poderia ser pior. Nada é tão ruim que não possa piorar, não é assim?

Mas do que estou me queixando? Quanta tolice, não? Comecei esse texto pra falar isso: Um ano, hoje.