domingo, 23 de março de 2008

goodbye, blue sky

Acordamos bem cedo pela manhã, de forma que desse tempo para terminarmos de aprontar tudo para a viagem. De volta. Praticamente cinco meses tinham se passado e parecia que havia chegado no dia anterior, apenas. Um frio na barriga e um aperto no coração. Logo as meninas também se levantaram, já estava quase na hora. Retirei o lençol do colchão para guardá-lo na mala. Quer coisa mais triste do que um colchão sem lençol? Isso sempre me causou certo aborrecimento. Enfim, tudo pronto, chegou a hora do adeus. E que hora triste. Eu chorando muito, ela, nem. Disse que não é chorona, algo assim. Abracei um por um dos que ficavam. Odeio despedidas. Alguns eu conhecia há pouco tempo, mas não deixou de doer nem me fez sentir menos saudade. Não lembro a ordem nem quem eu abracei. Mas uma imagem ficou gravada, como que por navalha, a dela, nossa mãe negra, no portão fechado, olhando através das grades, com uma cara de tristeza sem precedentes, vendo-nos partir de carro, a caminho do aeroporto.
Um ano, dia desses.