sexta-feira, 20 de abril de 2012

mudanças - parte II

Isso foi numa terça-feira, em maio de 2005. Mais tarde naquele dia consegui falar com minha mãe, que ficou extremamente feliz com a notícia e, inclusive, disse que eu ia mudar de avião, dessa vez (a viagem de ônibus durava em média umas trinta horas e eu já havia feito o trajeto umas quatro vezes).

A semana passou rapidamente, eu arrumei minhas coisas e domingo de manhã já estava no aeroporto com apenas uma mala daquelas que vai abrindo e abrindo e cabe até um cadáver (morto) dentro, de tão grande. Então em Cuiabá eu cheguei. E o dia seguinte seria meu primeiro dia de aula.

fiz no paint

Não é como se agora eu fosse contar todos os meus dias em Cuiabá, mas acho que nunca escrevi sobre minha mudança para lá. E é algo que deixava todos surpresos, afinal, saí de Curitiba pra morar em Cuiabá. Além dos apelidos de gaúcha, pau-rodado (quem vinha do Sul) e dos vários "Bah, guria, tri legal!", coisas que eu nunca falei a não ser ironicamente e guria, que falo até hoje.

Cuiabá foi a cidade mais peculiar que eu morei até hoje. Havia a diferença gritante na temperatura, o sotaque meio anasalado, a recepção calorosa de quem mora lá e, claro, as próprias gírias e costumes regionais. Foi quase um estudo de caso. Mas eu gostei bastante de ter me mudado pra lá, no fim das contas.

Pelo menos a mudança, no começo, foi muito boa e realmente me fez bem. Conheci pessoas extraordinárias e uma personalidade coletiva muito diferente da curitibana. Acho que desencanado é um termo que eu usaria pra definir o pessoal de lá. E a Universidade era bem bonita. Nem tanto os prédios, mas a paisagem no geral era agradável. Do calor eu nunca gostei, exceto quando estava em uma cachoeira gelada na Chapada dos Guimarães. Eu costumava dizer, quando perguntavam, que eu não queria mais me mudar de Mato Grosso e que, se pudesse, moraria lá para sempre!

Mas com o tempo o sentimento de pertencimento àquela cidade foi esvaindo e deixando de existir nos últimos anos. Como se fosse um romance, cujo ápice foi 2008/2009, e que depois foi esfriando e virando rejeição. Eu sentia que a hora de sair de lá havia chegado. Então eu recebi com alegria a notícia da transferência do meu pai para o Sudeste.

Um comentário:

Sarah disse...

Tbm recebi a notícia da mudança pra Sto André com alegria ;)